Permita-se assistir Romances

Em meio ao vasto mundo moderno o qual é defendido o desapego e o amor livre, aparecem cada vez mais pessoas desacreditadas e depressivas e infelizmente se trancam para o amor, além de colocar em cheque o próprio futuro amoroso por causa de uma dor que sumirá na próxima vez que essa pessoa for se apaixonar. Então por que os filmes melosos e românticos ainda são feitos? Qual o sentido daquelas comédias românticas bobas? Para que perder dinheiro na produção de um tema brega e ultrapassado? As pessoas estão tão secas, que esqueceram o sentido disso tudo, ou melhor, de sentir tudo.

Após 20 anos, Titanic (1997) ainda consegue atingir as pessoas com seu gênero romântico, e provavelmente continuará a cativar as outras gerações

Pode parecer bobagem para alguns, mas os velhos clichês românticos são necessários por inúmeros motivos, porém o mais destacável é fazer acreditar que ainda existe amor em um mundo de ódio e desprezo, as vítimas de um amor fracassado buscam culpados e ignoram a chance de se permitir apaixonar, e quando aparece aquele filme de beijos melosos, sorrisos bobos e olhares penetrantes, já julgam como mais uma besteira de amor para fazer os apaixonados gastarem dinheiro. Filmes de amor podem fazer mais sentido para quem está namorando logicamente, mais sentido ainda para os sonhadores que desejam viver uma grande história de amor, contudo existe o maior objetivo que é ter a chance de resgatar a maioria daqueles que consideram amor uma perda de tempo e dinheiro, toda história consegue atingir um desiludido de várias formas diferentes, afinal todo filme de amor é o mesmo clichê que todos conhecem, casal se conhece, se apaixona, ficam sem graça e bobos, um pequeno conflito que os afastam, tudo se resolve e eles ficam juntos, parece besta, mas funciona.

Com um mundo um pouco mais mente aberta hoje em dia, os filmes exploram um conceito mais dentro da realidade atual, mas que mantém o padrão meloso para alguns e fofo para outros, e ainda sim funciona. Só esse ano teve dois filmes que merecem um certo destaque quando se trata de romances, um deles é Com Amor,Simon que têm a mesma estrutura clichê, mas foge dos padrões e constroem um romance gay que emociona e cativa a todos que assistem, inclusive os heterossexuais, e o outro é Ella e John que foge do padrão de romance meloso, mas funciona como os mesmo clichê, envolve um casal da terceira idade que dificilmente alguém não achará bonito toda a histórias que eles vivem juntos, mesmo depois de tanto tempo juntos, mostra que é possível manter o amor vivo. Mas não pode se esquecer que essa é a geração do desapego, então claramente teria que existir algum filme que fuja do padrão, esse foi o foco do filme 50 Tons de Cinza, que agradou pelo romance desenvolvido, mas que prendeu pelo fetichismo envolvido, e a franquia segue na mesma ideia e desgasta com o tempo, padrão do cinema atual.

Azul é a Cor mais Quente (2013) fugiu da trama romântica padrão e pesou mais para o lado cult, simplesmente porque o foco não foi apenas o namoro das garotas, mas também como passar a mensagem de todo conflito de ser homossexual em uma sociedade preconceituosa

Existem romances e romances, funciona diferente para cada pessoa com tipos de emocionais e gêneros bem diversificados, mesmo aqueles fechados para uma nova paixão, um dia vai ter uma nova história que essa pessoa irá viver, e todas aquelas balelas assistidas em tela farão sentido, e assim perceberá que o bobo e clichê que ele tanto criticava é necessário para as gerações frias e mesquinhas, e assim vai nascer mais uma nova história de amor a qual ele nunca vai esquecer, permita se apaixonar.