A morte te dá parabéns - Crítica

Os filmes com gênero terror são obrigados a trazer um sentimento ao assisti-lo, medo. Juntando uma trilha sonora pesada, fotografia escura e boa trama de roteiro, pode fazer com que as pessoas saiam apavoradas a ponto de não conseguirem dormir a noite, ou refletir diante ao terror psicológico que o filme pode causar, sempre com algumas cenas leves para o público poder respirar, porque depois, o vilão provavelmente vai matar alguém de forma terrível,ou cortar uma parte do corpo, além das aparições repentinas que faz pular qualquer um da cadeira. A fórmula é simples para filmes de terror de sucesso, para falhar, basta errar no roteiro, ou um vilã que não dê medo, para falhar miseravelmente, faça um filme de terror-comédia. 

O trailer de "A morte te dá parabéns" traz um ambiente agonizante, assustador, com um vilão usando uma máscara de bebê, a aparência é no mínimo macabra, possivelmente um novo psicopata nos cinemas que trará pesadelos, tudo para ser mais um terror marcante. Jessica Rothe, a protagonista é uma universitária com estilo de vida bem odiada, por ser aquela patricinha metida, que dorme com todo mundo, falsa com as amigas e despreza a companhia do pai, uma pessoa dessa índole traz inimigos, até um psicopata. O filme se passa no dia do aniversário da universitária, vem daí o nome do filme, a mesma vive um looping infinito, até conseguir resolver todo o mistério desse psicopata que busca mil maneiras de assassinar a patricinha, dito assim um filme de terror padrão, patricinhas egocêntricas, psicopata assustador, com looping temporal para acrescentar na trama, tudo para ser um bom filme, ingenuidade desse que vos fala.

O filme começa a ter suas cenas leves para o público respirar, depois de tantas cenas assustadoras, mas essas cenas começam a ficar mais humorizadas, beirando ao humor clássico de filme de comédia, acontecendo uma quebra gravíssima de gênero, começou a parece aqueles filmes de comédia do Adam Sandler, se tornou outro filme, o looping temporal vivido pela universitária começou a ficar bobo, o terror feito no início do filme foi completamente descartado, foi tão desmoralizado que as cenas de terror seguintes não deram medo, pois já esperava mais humor, cenas que eram para impactar de forma assustadora e agonizante, se tornaram cenas de risadaria e palhaçadas, perdeu toda a identidade do filme, a ponto das cenas de suspense perderem o efeito. Foi vendido de forma equivocada, o trailer é assustador, aquele psicopata com cara de bebezão traz uma aura muito apavorante, um mascarado com uma faca na mão, parece clichê, mas ao olhar a máscara, causa incômodo, medo, agonia, a vontade é de desviar o olhar de tão intimidador que fica o personagem, porém escrevem um roteiro, entopem de comédia desnecessária, e estragam o filme.

É realmente questionável a existência desse gênero terror-comédia, pode ser comparado da seguinte maneira: Pense naquele café novo, feito de manhã, quentinho e adoçado do jeito que você gosta, daí coloca-se uma pedra de gelo nele, é de certa forma um gênero bem fraco, para não dizer imbecil, pois cenas leves em filmes de terror são aquelas onde tudo está calmo, fotografia iluminada, colorida em que os personagens estão descansando, e essa pausa no terror serve para quem está assistindo também, porque depois vai vim mais susto, mais cenas pesadas, mortes, sangue e tudo que compõe um filme de sustos, além do terror psicológico que vai causar. Infelizmente uma decepção, além do trailer iludir, o filme desaponta de forma triste, única salvação desse filme é o psicopata, porque essa máscara é apavorante, pena que foi desperdiçado em filme mal roteirizado.